Sonhar é uma necessidade.

Difícil falar sobre o último final de semana. Londrina trouxe à mim um misto de nervosismo e expectativas. Além de um calor atípico para essa época, pelo menos para uma gaúcha. Me preparei para o pior: o voo seria horrível (afinal teria mais uma vez as vertigens da primeira experiência), o hotel (de beira de estrada) seria um horror e a apresentação a que me propus, uma catástrofe. Mais uma vez exagerei sobre o simples. Dramatizei aquilo que era no mínimo uma comédia. Tudo deu absolutamente certo e ainda rendeu boas histórias.

O hotel, apesar de mal localizado, tinha um café da manhã dos deuses. O voo foi cômico entre seus vários "tuques". E a apresentação... ah, com essa me emocionei, eu e minhas colegas Taíssi e Desirê. Apresentar a ação A Gente Ama Comunicação para uma sala cheia de acadêmicos, de diferentes estados do sul do Brasil e principalmente para uma banca de jurados foi adrenalina pura. Finalizei enfatizando que ali, no Intercom, com certeza muitos AMAM Comunicação. A banca teve um amor à primeira vista, foi só elogios. Lembro que o jurado que mais me amedrontava disse: "esse trabalho é gratificante". Foi quase impossível segurar a emoção. Abraçamos essa causa, literalmente, e vê-la reconhecida foi um presente.

O resultado chegou no outro dia, e não foi o esperado. O desejo de apaixonar mais comunicadores em Recife não pode ser concretizado. O monocromático social do outro grupo pareceu atender melhor às expectativas, apesar das ressalvas dos jurados. Senti como se tudo fosse em vão, e o abraço acolhedor de minhas duas companheiras de ação foi imprescindível. Além dos telefonemas emocionados à mãe e ao namorado, que de todo jeito tentavam me acalmar.

As risadas no hotel a noite recuperaram meu bom humor, e ao sair de Londrina as 6 horas da manhã e vislumbrar o nascer do sol mais lindo que já vi, tudo valeu a pena. Um degradê perfeito, há 31 mil pés de altura me fez lembrar que mesmo após desilusões, sonhar é uma necessidade.